Portugal está em choque com a demissão do primeiro-ministro António Costa, que anunciou a sua decisão na tarde de hoje, 7 de novembro de 2023. A demissão de Costa ocorre na sequência de um escândalo de corrupção que envolveu o seu chefe de gabinete, Vítor Escária, e outros membros do Governo.
As buscas no Palácio de São Bento, sede do Governo português, foram realizadas pela Polícia Judiciária no dia 2 de novembro, no âmbito de uma investigação sobre alegadas irregularidades no processo de concessão de vistos gold a cidadãos chineses. Escária, que foi detido na sequência das buscas, foi acusado de corrupção passiva e tráfico de influências.
Costa, que é líder do Partido Socialista (PS), assumiu a responsabilidade pelo escândalo e anunciou a sua demissão para “preservar a estabilidade política de Portugal”.
Causas do escândalo
O escândalo de corrupção que levou à demissão de António Costa tem as suas raízes na política de vistos gold de Portugal. Os vistos gold são um regime de investimento que permite a cidadãos estrangeiros obterem uma autorização de residência em Portugal em troca de um investimento de pelo menos 500 mil euros.
O regime de vistos gold foi introduzido em 2012, durante a crise económica, como forma de atrair investimento estrangeiro para Portugal. No entanto, o regime tem sido alvo de críticas por ser suscetível a abusos.
No caso do escândalo que levou à demissão de Costa, as autoridades suspeitam que o Governo português terá concedido vistos gold a cidadãos chineses em troca de pagamentos indevidos.
Consequências da demissão
A demissão de António Costa é um acontecimento de grande importância para Portugal. Costa era o primeiro-ministro há quase oito anos e era considerado um dos políticos mais populares do país.
A demissão de Costa abre uma nova fase na política portuguesa. O PS, partido de Costa, terá agora de escolher um novo líder e apresentar um novo candidato a primeiro-ministro.
A demissão de Costa também pode ter repercussões económicas para Portugal. O país está a enfrentar um período de incerteza económica, agravado pela guerra na Ucrânia. A demissão de Costa pode aumentar essa incerteza e dificultar a atração de investimento estrangeiro.
Possíveis substitutos de António Costa
O PS tem vários candidatos potenciais para substituir António Costa. Entre os nomes mais apontados estão o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, o ministro das Finanças, Fernando Medina, e a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro.
Pedro Siza Vieira é um economista experiente que é considerado um dos homens fortes do Governo de Costa. Fernando Medina é um político popular que é conhecido pela sua capacidade de articulação. Catarina Sarmento e Castro é uma jurista respeitada que é considerada uma figura de consenso.
O PS terá de escolher um novo líder e apresentar um novo candidato a primeiro-ministro até ao início de 2024.
Repercusões do escândalo
O escândalo de corrupção que levou à demissão de António Costa é um golpe para a democracia portuguesa. O escândalo demonstra que a corrupção continua a ser um problema no país.
O escândalo também pode ter um impacto negativo na imagem de Portugal no exterior. O país pode ser visto como um país corrupto e pouco atraente para investidores estrangeiros.
O escândalo é um desafio para o sistema político português. O país terá de encontrar formas de combater a corrupção e de restaurar a confiança dos cidadãos na política.