Início Angola Em plena ditadura, José Eduardo dos Santos não teve opção ao ser indicado para suceder o presidente falecido(Agostinho Neto)

Em plena ditadura, José Eduardo dos Santos não teve opção ao ser indicado para suceder o presidente falecido(Agostinho Neto)

0
Em plena ditadura, José Eduardo dos Santos não teve opção ao ser indicado para suceder o presidente falecido(Agostinho Neto)

Em um texto estenso, publicado no facebbok, na sua conta oficial, Tchizé dos Santos enalteceu a bravura do seu pai, o ex-presidente de Angola José Eduardo Dos Santos, quando literalmente foi obrigado a assumir o cargo de presidente em 1979 em plena ditadura como se refere, e a coragem ao passar o cargo ao actual presidente João Lourenço, referindo que o fez com o seu próprio pé.

Tchizé dos Santos começou por escrever o seguinte:

“Vou falar-vos de um homem muito corajoso e extremamente forte.

Hoje sinto orgulho do dia 26/9/2017, o dia em que José Eduardo dos Santos deixou pelo seu próprio pé o cargo de Presidente da República, passando o faixo ao sucessor por si escolhido no seio do seu partido e por si apoiado (nas eleições que o seu partido MPLA venceu), certamente a decisão mais difícil e mais corajosa da sua vida política, por razões históricas e por todas as implicações que essa decisão acarretaria, já que em 1979, em plena ditadura, José Eduardo dos Santos não teve opção de escolha quanto foi indicado pelo Comitê Central do MPLA para suceder o presidente falecido, Presidente Agostinho Neto e tornar-se o segundo Presidente daquele país africano então assolado por uma guerra fracticida e a viver a ressaca de genocídio (27 de Maio), que havia sido praticado sob a anterior liderança em 1977,dividindo o partido e desestabilizando aquele país, que foi um dos mais importantes palcos mundiais da guerra fria.


Com a sua inata capacidade de dialogar, negociar, conciliar e perdoar os seus adversários derrotados, em 2002 dos Santos conseguiu para Angola o fim da guerra e garantiu a Paz total que se vive até hoje naquele país, tendo igualmente sido actor fundamental em negociações e mediação de conflitos que contribuíram para a paz e reconciliação nacional noutros países da região dos grandes lagos, o que lhe rendeu o título de “Arquitecto da Paz” pelo qual é carinhosamente chamado em Angola.


Hoje eu quero que o mundo saiba que este gesto de José Eduardo dos Santos me encheu de orgulho e me ensinou que os grandes líderes políticos entram e saem de cada missão pelo próprio pé e de cabeça erguida, sem perder o Sentido de Estado.”

E terminou deixando a sua assinatura
Welwitschea dos Santos “Tchizé”.